quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Movimento Gota D'Água - Uma Outra Visão

Amigos,

Para quem está procurando mais informações para se posicionar mais conscientemente sobre a polêmica Belo Monte x Movimento Gota D'Água, repasso análise recebida de Sergio Augusto Mota Caracas (não sei se foi ele mesmo quem escreveu), com informações mais aprofundadas sobre a polêmica.
Olha quem está por trás da musa do Gota Dágua

"O vídeo do Movimento Gota D'Água de fato possui uma qualidade inquestionável e um roteiro muito bem elaborado. Porém gostaria de compartilhar outra visão.
Algumas informações estão parcialmente equivocadas, para não dizer erradas:
1. A Usina não será paga com impostos, pois é um empreendimento privado (Eletrobrás ,SEM, e empreiteiras). Será financiada com recursos públicos, é verdade, mas será pago com a tarifa da energia elétrica, que, aliás, tem preço definido de R$ 77,97/ MWh. Só para efeito de comparação o preço de Itaipu é R$86,90/MWh. O governo se compromete a comprar a energia, o que garantirá o pagamento do financiamento. O tempo de concessão será tão maior quanto o tempo de retorno do investimento. Mas daí a dizer que será paga diretamente pelos impostos há uma distância muito grande.
2. A área inundada para formação do lago será de 516km2, enquanto em Itapu foram inundados 1.350km2. Hoje as hidrelétricas, ou hidroelétricas, não necessitam de grandes reservatórios, pois funcionam com fio d´água.
Representação virtual da Usina Hidrelétrica de Belo Monte
3. Atualmente são incontestáveis os benefícios de Itaipu para a sociedade, não só no que se refere a energia, como para o meio ambiente. Graças a governança da Itaipu sobre o lago, foi formada em toda sua extensão uma reserva de mata legal entre 50m e 100m de largura, evitando o açoreamento do lago, pelo menos na Bacia 3 do Paraná. Emprendimentos como estes ajudarão a preservar a mata, não por ideologia “ecorradical”, mas por interesses econômicos (“ecopragmatismo”).
4. Somente em 2008 11.968 km2 da floresta Amazônica foram queimadas, servindo para pastos, que provocam a desertificação. Não temos fiscalização suficiente para proteger a Amazônia dos desmatadores, e dos interesses agropecuários. É necessário outro modelo. Usinas hidrelétricas podem ser uma solução inteligente, pois sua matéria prima é a água e proteger este bem passa a ser questão de grantir a continuidade do negócio. Assim como Itaipu, que possui diversos projetos para proteger o lago, e possui um parque tecnológico que desenvolve projetos sócio-ambientais, Tucurui vai pelo mesmo caminho. A Chesf também estuda a recomposição das matas do São Francisco, despredadas pelos agricultores e não por eles!
5. Alguns projetos da Itaipu, e do Parque Tecnológico Itaipu, que contribuem para a conservação do meio ambiente: a. Cultivando Água Boa: entre outras coisas, estimula os agricultores a utilizarem agricultura orgânica, evitando toxidade para o lago. b. Projeto Ñandeva - projeto de capacitação do artesão, envolvendo índios e outras comunidades, com o apoio do Sebrae, que de fato traz melhoria de vida para esta comunidade ( e não o lenga-lenga do "pobrizinho coitado" defendido por Sting, Cameron, e outros). c. Plataforma Itapu de Energias Renováveis - projeto que estimula a geração de energia elétrica a partir de biodigestores. d. A lista seria interminável.
6. Nenhuma fonte de energia é viável se utilizada isoladamente. É preciso contruir uma matriz diversificada. Um parque eólico pode ser útil para atender pequenas cidades e evitar grandes linhas de transmissão; energia solar pode ser interessante para suprir parte das necessidades de uma residência ou condomínio, mas sem esquecer que o seu processo de fabricação é altamente poluidor; a usina hidrelétrica é energia renovável e limpa, mas tem a questão da mudança da geografia pluviométrica. O segredo é a combinação inteligente das soluções e não a “demonização” de uma única, tornando “santa” as demais – que não são!
7. Alguns números para comparar Belo Monte com um Parque Eólico: a. A capacidade instalada de Belo Monte será de 11.233MW; o Parque Eólico da Prainha (na frente do Beach Park) tem capacidade de 10MW. b. O fornecimento líquido de energia de Balo Monte será de 4.570MW; o da Prainha é 3MW. c. O custo de Belo Monte será de R$20 bilhões + custos indenizações e benfeitorias que totalizarão R$28bilhões; para substituir Belo Monte seriam necessários mais de MIL parques eólicos como os da Prainha!!!! Já imaginaram este monto de cataventos gigantes no litoral do Ceará? Seria necessário ocupar 500km do litoral cearense para termos a energia equivalente! Isso não é impacto ambiental???  d. O custo de geração da energia de Belo Monte será de R$77,97/MWh; o custo de geração da energia eólica varia muito, entre R$148/MWh e R$200/MWh. Se toda a energia fosse hoje produzida por parques eólicos teríamos um aumento de quase 100% da tarifa de energia elétrica. Quem paga a conta?? Todos nós! Mas a energia eólica tem suas vantagens: indicada para pequenas localidades e evitar grandes linhas de transmissão. Assim é bom termos uma na Prainha, em Morro Branco e assim por diante. Cada tipo de energia com suas características. A propósito, Belo Monte funcionará por fio d´agua, com isso seu reservatório será de 546km2, somente 23kmx23km, ou o equivalente a 15 dias de desmatamento.
8. De fato Belo Monte funcionária a plena carga 4 meses por ano, meia carga durante 8 meses, e baixa carga no período de seca. Mas foi projetada para isso, e justamente para diminuir o impacto ambiental! Nós temos uma malha de hidrelétricas, que aproveita o regime de chuvas diferenciado em cada região. Assim, quando chove muito no norte, temos seca no sul, e vice-versa. Aliás esta parte do argumento deles achei má-fé.
9. É muito lindo colocar atores globais defendendo um ponto de vista, mas ao mesmo tempo fico em pânico com este tipo de coisa. O poder de influência deles é açgo incrível, podendo – voluntariamente ou não – mobilizar multidões para ações equivocadas. A suas imagens se confundem como araultos da ética e da dignidade, quando na verdade são pessoas como nós, sujeitos a equívocos.
10. A propósito, a reserva do Xingu fica a juzante da usina (abaixo) e não acima. Ou seja, após a usina estar em pleno funcionamento o rio terá o seu fluxo “quase” normal. Do jeito que é colocado, parece que o parque será inundado!
Resumo da ópera: Não defendo o desmatamento e nem a irresponsabildiade ambiental. Defendo a argumentação, o bom senso e a não-manipulação da informação. Defendo a exigência das contrapartidas ambientais e o cumprimento dos compromissos assumidos. A verdadeira luta não é impedir este tipo de empreendimento, mas exigir de quem for explorá-lo, contrapartidas sociais e ambientais sustentáveis; apoio a projetos e parques tecnológicos; conservação de mata ciliar; criação e fiscalização de reservas ecológicas com recursos da propria usina; e por aí vai."

Imagens:
desmatamento
custo energia

Fontes:

"Chega de só criticar e apresentar problemas, está na hora de mostrar alternativas!!!!
Se você concorda com os meus argumentos, divulgue estas informações.  Concorrer com a Maitê Proença tirando o sutiã é impossível!"

2 comentários:

Tony disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Em Itaipu, cada MWh = 1000000 Wh = R$ 86,90 => R$ 0,09 / kWh
Em uma residência, ele chega custando: 1kWh = 1000 Wh => R$ 0,48 / kWh

é isto aí. Ao invés de pagarmos aproximadamente 10 centavos por kWh, pagamos quase 50 centavos.

isto sem falar, que quem Pagou ITAIPU foi o Povo.
O Povo pagou para fazer e paga para usar. Ficou um pouco com a conta atrasada, o governo vem logo cortar.

Governo sim, concessionários, como COELBA, são apenas a máscara que o governo usa para ferir o povo, e não saberem que é ele quem os fere.

Postar um comentário