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Em quadro que configura empate técnico, pré-candidata de Lula ultrapassa o tucano José Serra na pesquisa Vox Populi feita na semana em que foi ao ar o programa do PT. Ela lidera também na sondagem espontânea
Fonte: Correio Braziliense - Alana Rizzo e Denise Rothenburg
Pela primeira vez, uma pesquisa eleitoral apresentou a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, à frente do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Na consulta feita pelo instituto Vox Populi, ela aparece com 38% contra 35% do pré-candidato tucano num cenário de três concorrentes. Marina Silva (PV) obteve 8%. Se considerada a margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, Dilma está no intervalo entre 35,8% e 40,2%, e Serra, entre 32,8% e 37,2%. Ou seja, há um empate técnico entre os dois que estão na dianteira. Num segundo turno entre Dilma e Serra, o empate técnico se mantém: a petista tem 40% e Serra, 38%, dentro da margem de erro.
Considerando os resultados da pesquisa (1) Vox de janeiro, Dilma cresceu nove pontos enquanto Serra caiu três. Marina se manteve no mesmo patamar. Num cenário com os candidatos de partidos menores, como o PSol de Plínio Arruda Sampaio, a diferença entre Serra e Dilma também é de três pontos: 37% para a petista e 34% para o tucano.
O diretor do instituto Vox Populi, o cientista político Marcos Coimbra, atribuiu o crescimento de Dilma ao tempo de exposição na TV que a candidata do PT recebeu este mês e não à saída de Ciro Gomes (PSB) da disputa. "A distribuição dos votos de Ciro está equilibrada entre os dois. Existe uma grande relação entre o nível de conhecimento e a intenção de voto. O que tende a ter influência são os comerciais de 30 segundos, e ainda houve o programa de 10 minutos na quinta-feira", afirmou Coimbra, se referindo ao período em que a pesquisa foi a campo, de 8 a 13 de maio em 117 cidades nas cinco regiões do país. Os estados que não tiveram pesquisadores do Vox foram Amapá, Roraima e Acre, terra de Marina Silva.
Ligação
Na pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem votará sem que o entrevistador lhe apresente um leque de opções, Dilma ultrapassou Lula. Ela aparece em primeiro, com 19%, Serra em segundo, com 15%, e Lula em terceiro, com 10%. Em janeiro, Lula tinha 19%, Serra e Dilma tinham 9% cada um. "Essa passagem na espontânea vem ocorrendo aos poucos. Quem quer votar no Lula e fica sabendo que ele tem uma candidata, vota nela. Isso faz a evolução dela muito mais provável do que a de José Serra", avalia Coimbra.
A pesquisa mostra que 74% dos entrevistados sabem ou ouviram dizer que Dilma é a candidata que tem o apoio do presidente Lula. Só 4% acham que Serra tem o apoio de Lula e 1% considera que Lula apoia Marina. Hoje, 33% dizem que votariam com certeza num candidato apoiado pelo presidente Lula e 30% dizem que poderiam votar, dependendo do candidato. Apenas 10% não votariam num nome apoiado por Lula e 24% não levariam isso em conta. Se considerado o corte desse cenário de transferência por regiões do país, o Nordeste é onde o poder de Lula (2) é mais forte, com 51% dos entrevistados dispostos a votar com certeza num nome apoiado pelo presidente. O mais baixo é no Sul, 20%. Quanto ao apoio de Lula para governos estaduais, a transferência é menor: 22% votariam com certeza num candidato apoiado por ele.
A amostra indica ainda que Dilma cresceu em todas as regiões do país. No Centro-Oeste, passou de 25% em janeiro para 34% nessa última pesquisa. No Nordeste, de 38% para 45%. No Norte, de 26% para 41%. No Sudeste, passou de 22% para 36% e, no Sul, de 24% para 30%. Serra cresceu três pontos no Nordeste, de 27% para 30% e no Sul, de 39% para 45%, sua melhor performance. No Norte, oscilou de 31% para 32%. No Centro-Oeste, caiu de 36% para 33%, no Sudeste, de 36% para 35%.
Fôlego
Coimbra atribuiu o novo fôlego de Dilma no Sudeste a Minas Gerais. "Havia tal vontade de votar em Aécio (o ex-governador de Minas, Aécio Neves) que isso inibiu o crescimento de Dilma durante algum tempo. Agora que ele não é mais candidato, ela cresceu", explicou. Segundo Coimbra, Lula tem uma alta popularidade em Minas, a maior fora do Nordeste. Por isso, é natural que a candidata do presidente cresça em intenção de voto entre os mineiros. "Isso estava inibido pela candidatura de Aécio. Agora que ele não é mais candidato, muitos em Minas passaram a pensar em Dilma, já que não podem mais votar no Aécio", diz Coimbra.
Serra mantém a liderança entre quem recebe acima de 10 salários mínimos, 41% a 29% para Dilma e 11% para Marina, a melhor marca da candidata do PV. Serra lidera ainda entre os eleitores de nível superior, 39% a 35%. Dilma vai melhor entre os que recebem um salário mínimo, 43% a 31%, e entre os eleitores com ensino médio, 39%. Contra 32% de Serra e 9% de Marina). Dilma melhorou sua performance entre as mulheres. Aparece com 34% e Serra 35%. Entre os homens, ela tem 42% e o tucano 34%.
A maioria dos eleitores, 47%, deseja mudar "algumas" políticas do governo Lula e continuar com a maioria delas, enquanto 34% preferem a continuidade de todas as políticas do atual governo. Apenas 13% querem mudança na maioria das políticas e 5% propõem mudar tudo. A rejeição dos candidatos não é vista pelo cientista político como algo que deva preocupá-los. "Serra tem uma biografia respeitada, Dilma é a candidata de um presidente que todo mundo gosta e Marina é ambientalista e menos conhecida", diz ele.
1 - 117 municípios
A pesquisa Vox Populi, realizada entre 8 e 13 maio, ouviu 2 mil pessoas nas cinco regiões do país. As entrevistas foram realizadas em 117 municípios. O número do registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 11.266/2010.
2 - Presidente em alta
A avaliação positiva do governo federal cresceu 2 pontos percentuais. Em janeiro, 74% dos entrevistados avaliaram como bom ou ótimo o desempenho do presidente Lula à frente do governo. Agora, o índice é de 76%. Dentro da avaliação positiva, 31% dos entrevistados definem o governo como ótimo e 45%, como bom.
Considerando os resultados da pesquisa (1) Vox de janeiro, Dilma cresceu nove pontos enquanto Serra caiu três. Marina se manteve no mesmo patamar. Num cenário com os candidatos de partidos menores, como o PSol de Plínio Arruda Sampaio, a diferença entre Serra e Dilma também é de três pontos: 37% para a petista e 34% para o tucano.
O diretor do instituto Vox Populi, o cientista político Marcos Coimbra, atribuiu o crescimento de Dilma ao tempo de exposição na TV que a candidata do PT recebeu este mês e não à saída de Ciro Gomes (PSB) da disputa. "A distribuição dos votos de Ciro está equilibrada entre os dois. Existe uma grande relação entre o nível de conhecimento e a intenção de voto. O que tende a ter influência são os comerciais de 30 segundos, e ainda houve o programa de 10 minutos na quinta-feira", afirmou Coimbra, se referindo ao período em que a pesquisa foi a campo, de 8 a 13 de maio em 117 cidades nas cinco regiões do país. Os estados que não tiveram pesquisadores do Vox foram Amapá, Roraima e Acre, terra de Marina Silva.
Ligação
Na pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem votará sem que o entrevistador lhe apresente um leque de opções, Dilma ultrapassou Lula. Ela aparece em primeiro, com 19%, Serra em segundo, com 15%, e Lula em terceiro, com 10%. Em janeiro, Lula tinha 19%, Serra e Dilma tinham 9% cada um. "Essa passagem na espontânea vem ocorrendo aos poucos. Quem quer votar no Lula e fica sabendo que ele tem uma candidata, vota nela. Isso faz a evolução dela muito mais provável do que a de José Serra", avalia Coimbra.
A pesquisa mostra que 74% dos entrevistados sabem ou ouviram dizer que Dilma é a candidata que tem o apoio do presidente Lula. Só 4% acham que Serra tem o apoio de Lula e 1% considera que Lula apoia Marina. Hoje, 33% dizem que votariam com certeza num candidato apoiado pelo presidente Lula e 30% dizem que poderiam votar, dependendo do candidato. Apenas 10% não votariam num nome apoiado por Lula e 24% não levariam isso em conta. Se considerado o corte desse cenário de transferência por regiões do país, o Nordeste é onde o poder de Lula (2) é mais forte, com 51% dos entrevistados dispostos a votar com certeza num nome apoiado pelo presidente. O mais baixo é no Sul, 20%. Quanto ao apoio de Lula para governos estaduais, a transferência é menor: 22% votariam com certeza num candidato apoiado por ele.
A amostra indica ainda que Dilma cresceu em todas as regiões do país. No Centro-Oeste, passou de 25% em janeiro para 34% nessa última pesquisa. No Nordeste, de 38% para 45%. No Norte, de 26% para 41%. No Sudeste, passou de 22% para 36% e, no Sul, de 24% para 30%. Serra cresceu três pontos no Nordeste, de 27% para 30% e no Sul, de 39% para 45%, sua melhor performance. No Norte, oscilou de 31% para 32%. No Centro-Oeste, caiu de 36% para 33%, no Sudeste, de 36% para 35%.
Fôlego
Coimbra atribuiu o novo fôlego de Dilma no Sudeste a Minas Gerais. "Havia tal vontade de votar em Aécio (o ex-governador de Minas, Aécio Neves) que isso inibiu o crescimento de Dilma durante algum tempo. Agora que ele não é mais candidato, ela cresceu", explicou. Segundo Coimbra, Lula tem uma alta popularidade em Minas, a maior fora do Nordeste. Por isso, é natural que a candidata do presidente cresça em intenção de voto entre os mineiros. "Isso estava inibido pela candidatura de Aécio. Agora que ele não é mais candidato, muitos em Minas passaram a pensar em Dilma, já que não podem mais votar no Aécio", diz Coimbra.
Serra mantém a liderança entre quem recebe acima de 10 salários mínimos, 41% a 29% para Dilma e 11% para Marina, a melhor marca da candidata do PV. Serra lidera ainda entre os eleitores de nível superior, 39% a 35%. Dilma vai melhor entre os que recebem um salário mínimo, 43% a 31%, e entre os eleitores com ensino médio, 39%. Contra 32% de Serra e 9% de Marina). Dilma melhorou sua performance entre as mulheres. Aparece com 34% e Serra 35%. Entre os homens, ela tem 42% e o tucano 34%.
A maioria dos eleitores, 47%, deseja mudar "algumas" políticas do governo Lula e continuar com a maioria delas, enquanto 34% preferem a continuidade de todas as políticas do atual governo. Apenas 13% querem mudança na maioria das políticas e 5% propõem mudar tudo. A rejeição dos candidatos não é vista pelo cientista político como algo que deva preocupá-los. "Serra tem uma biografia respeitada, Dilma é a candidata de um presidente que todo mundo gosta e Marina é ambientalista e menos conhecida", diz ele.
1 - 117 municípios
A pesquisa Vox Populi, realizada entre 8 e 13 maio, ouviu 2 mil pessoas nas cinco regiões do país. As entrevistas foram realizadas em 117 municípios. O número do registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 11.266/2010.
2 - Presidente em alta
A avaliação positiva do governo federal cresceu 2 pontos percentuais. Em janeiro, 74% dos entrevistados avaliaram como bom ou ótimo o desempenho do presidente Lula à frente do governo. Agora, o índice é de 76%. Dentro da avaliação positiva, 31% dos entrevistados definem o governo como ótimo e 45%, como bom.
Dilma ganha inclusive na simulação do segundo turno. Veja mais detalhes sobre os números da pesquisa clicando no link da reportagem.
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